Ou como diriam os mineiros: “pó pará, Aécio, pó pará!”. Na defensiva, vem novamente o senador Aécio Neves tentar desqualificar a Lista de Furnas, que o coloca no centro da Operação Lava Jato, a partir da delação de Alberto Youssef. Vamos relembrar o roteiro do processo de reconhecimento da autenticidade da Lista:
LAUDO DE EXAME DOCUMENTOSCÓPICO
(mecânico e grafotécnico) nº 1097/2006, elaborado pelo Instituto
Nacional de Criminalística (INC), da Diretoria Técnico-Científica, do
Departamento de Polícia Federal , Ministério da Justiça. Nesse laudo, a
equipe de peritos analisou o documento original denominado Lista de
Furnas, concluindo que não houve montagem, fraude ou qualquer outro tipo
de manipulação.
O apresentante do documento original,
sr. Nilton Monteiro, foi processado pelo deputado José Carlos Aleluia
(DEM-BA) em 2006. Em 2009 ele foi inocentado, por unanimidade, no
Tribunal de Justiça de Minas Gerais, em sentença proferida pela então
juíza Maria Luiza de Marilac Alvarenga Araújo (hoje, desembargadora). A
razão para negar provimento à ação do deputado Aleluia está escrita lá: a
lista é autêntica.
No dia 25 de Janeiro de 2012, a
procuradora federal (MPF-RJ), Andrea Bayão, ofereceu denúncia contra
vários operadores do “esquema de Furnas”, à época de FHC. Não por
coincidência estavam lá as empresas Bauruense e Toshiba, mencionadas por
Youssef, junto com o nome de Andréa Neves, no esquema de propinas que
teria beneficiado o senador tucano. Dimas Toledo, denunciado pelo MPF
nessa ação, foi indicado por Aécio Neves para a diretoria de Furnas.
Youssef cita um diretor que seria apadrinhado pelo PP e por Aécio: só
pode ser ele.
Lembremo-nos que o Diretório Nacional do
PSDB contratou um perito americano, Larry F. Stewart, por R$
200.000,00, para produzir um laudo sobre cópias xerox da Lista de
Furnas. Duas lambanças. Primeiro, ao usar cópias xerox para
desqualificar a autenticidade da lista original. Segundo contratar um
perito que já fora preso em flagrante em um tribunal dos EUA, exatamente
por falso testemunho acerca da autenticidade de documentos em outros
processos.
O Diretório Estadual tucano tentou
cassar meu mandato, solicitando ao Ministério Público Estadual a
abertura de inquérito para apurar se eu teria participação no suposto
ato de falsificação da afamada Lista de Furnas e seu eu tinha usado a
estrutura de meu gabinete parlamentar para isso.
Foi aberto inquérito,
pela drª Raquel Pacheco Ribeiro Souza, para apurar a denúncia do PSDB.
Fracassaram. O MPMG considerou, inclusive submetido ao seu Conselho
Superior, após exaustivas apurações, que não se justificava o
“prosseguimento das investigações, nem o ajuizamento de Ação Civil
Pública” contra mim, impondo-se o “arquivamento” do Inquérito aberto. As
razões: a Lista de Furnas era autêntica, inclusive sendo usada para
inocentar Nilton Monteiro em outro processo e tinha o aval do INC da
Polícia Federal; e, examinado o uso das verbas de meu gabinete, não
restou provada qualquer participação minha em atos de improbidade
administrativa. Segue, em PDF, a decisão do MPMG.
Enfim, compreendo o desespero do senador
Aécio Neves. Em qualquer sistema de buscas na internet, com as
palavras-chaves apropriadas, qualquer leitor pode conferir as
informações acima. Desde 2011, Aécio Neves tenta cassar meu mandato
parlamentar e persegue quem ousou denunciá-lo, como é o caso de Nilton
Monteiro e Marco Aurélio Carone, que chegaram a ser presos ilegalmente
para evitar que atrapalhassem sua campanha.
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