Nesta terça-feira, manifestação de alunos na Marginal Tietê foi violentamente reprimida pela PM. Um pouco mais tarde, a Escola Estadual Maria José foi invadida por policiais e funcionários do governo do estado. Alunos denunciaram brutalidade e vandalismo por parte dos policiais. Uma aluna foi agredida com um soco no rosto, pelo próprio diretor da escola.
Na manhã desta terça (1), alunos da Escola Estadual Silvio Xavier Antunes, no bairro do Piqueri, ocuparam uma pista da Marginal Tietê em protesto contra o projeto de reorganização do ensino promovido pela gestão do governador Geraldo Alckmin. Um protesto similar já havia sido feito ontem pelos alunos desta escola, e outro anteriormente pelos estudantes da Fernão Dias Paes, que trancaram a região da Faria Lima na manhã de ontem.

Foi o suficiente para ocorrer mais um caso de violência gratuita por parte da Polícia Militar, que partiu para cima dos alunos que protestavam pacificamente, com cadeiras e mesas da escola trancando a avenida.
A polícia chegou a utilizar uma bomba de efeito moral contra os estudantes, atingindo o nosso fotógrafo Reinaldo Meneguim na perna.


Fotos: Reinaldo Meneguim/Democratize






Foto: Francisco Toledo/Democratize
Ao mesmo tempo, antes das 10 da manhã, a Escola Estadual José Maria, na região da Bela Vista, foi alvo de uma invasão por parte de funcionários do governo do estado, com auxílio da Polícia Militar.
Segundo informações dos alunos, a direção da escola havia anunciado aos pais dos estudantes que uma reunião teria sido marcada no prédio entre pais e diretores. Porém, na realidade, tratava-se de uma manobra para debater a reorganização do ensino. Muitos pais afirmaram estar perdidos no local, pois não entendiam de fato o que estava acontecendo.

Funcionários da escola e do governo entraram pelo portão de trás, protegidos por um grande efetivo de policiais. Os estudantes que tentavam impedir sua entrada foram agredidos pela polícia, com pontapés e spray de pimenta. A aluna Karina, denunciou ao Democratize que os policiais teriam vandalizado no interior do prédio, arrancando faixas e jogando carteiras e mesas para o lado de fora.


Uma das alunas que ocupam a escola acusou o diretor do colégio de tê-la agredido um soco no rosto. Os colegas confirmaram a agressão, que foi repassada para advogados que acompanham a ocupação.

Além disso, um dos alunos foi derrubado com pontapés por policiais, que o jogaram no chão enquanto os alunos tentavam resistir contra a desocupação.

Apesar de tudo isso, os estudantes se mantiveram na escola, forçando os funcionários do governo e da escola, junto aos policiais a se retirarem. Para Karina, a ocupação deve continuar e ainda se fortalecer após o incidente. Várias oficinas estavam marcadas para hoje na E.E. Maria José, e se for pela vontade dos alunos e estudantes, elas devem continuar ocorrendo.


Os dois acontecimentos registrados pelo Democratize ocorrem após uma segunda-feira marcada por tentativas bem sucedidas de desocupação de escolas em São Paulo.

Em Osasco, a Escola Estadual Coronel Antonio Paiva, em Osasco, foi desocupada por policiais após um grupo de homens encapuzados invadirem o prédio e colocarem fogo em uma das salas, além de roubar uma televisão e depredar materiais escolares e móveis da escola.

Os alunos que ocupavam a escola denunciaram que se trataria de uma ação coordenada entre policiais e criminosos. A polícia nega, afirmando que os alunos que participavam da ocupação que teriam vandalizado o interior da escola após um churrasco no domingo.

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