Por Marlon Sérgio
Se eu estiver errado, por favor, me perdoem e me corrijam! Mas, não me lembro de ler nas escrituras que Jesus escolhia palácios e lugares paradisíacos onde ostentavam riquezas e ofereciam-lhe banquetes, nem lugares repletos de pessoas sãs, abastadas e bem sucedidas para pregar-lhes o evangelho.
Não que estes não precisassem, porém, Jesus tinha suas prioridades, e estas eram os pobres, doentes, aleijados e alijados, vítimas de sofrimentos de toda ordem, esquecidos e desfavorecidos, feridos física e espiritualmente. Muito menos, lembro-me de um Jesus que cobrava por sua presença, pregações e milagres que realizava em meio aos pobres e necessitados.
Menos ainda vou me lembrar de um Jesus superstar, em busca de fama e dinheiro, cuja missão só se justificaria por meio da comercialização de mercadorias ou das graças que são gratuitas e vindas de um Deus justo e misericordioso. Não. Não o reconheço nas práticas cristãs de hoje. Não sinto sua presença na vaidade, na intolerância e no materialismo exacerbados cada vez mais intrínsecos ao que costumo chamar de neocristianismo.
Portanto, na minha humilde opinião, a presença abençoadora de Cristo e suas ações cumpriam à risca uma ordem divina que priorizava doentes e menos favorecidos pelo sistema humano. Não é isso o que acontece hoje. Na verdade, as práticas religiosas contemporâneas afastam-se cada vez mais e com muita rapidez da proposta e doutrina cristãs.
Não estou julgando ninguém e nenhuma religião, mas tenho o direito de manifestar minha indignação, descontentamento e preocupação com a nova leitura que estão a emprestar às sagradas escrituras de forma deliberada e perniciosa, sobretudo para aqueles que são mais facilmente manipulados e depositam suas esperanças - mas depositam também o pouco que lhes restam em seus bolsos, em suas botijas já tão desprovidas - nas mãos, nas bocas e nas contas bancárias de falsos representantes de Deus, agentes da mentira, do engano e da hipocrisia que mutilam sonhos e ceifam esperanças.
Tais condutas, cedo ou tarde, acabam por levar também ao descrédito todos aqueles que pregam o evangelho de maneira honesta, digna e com amor. Contudo, cedo ou tarde também, esses falsos profetas, saqueadores da boa fé e manipuladores da doutrina cristã, prestarão contas com a justiça do Todo-Poderoso Deus. Que ELE tenha compaixão de nós.
"Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas?
E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade." ( Mateus 7: 21 - 22 - 23.)
"E os escribas e fariseus, vendo-o comer com os publicanos e pecadores, disseram aos seus discípulos: Por que come e bebe ele com os publicanos e pecadores?
E Jesus, tendo ouvido isto, disse-lhes: Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento." (Marcos 2: 16 - 17.)
"Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei." (Mateus 11: 28.)
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