Via Tijolaço
Só num país onde a Justiça se tornou um escárnio e os vazamentos, seletivos e cheios de chantagem política passaram a ser não mais um crime, mas uma regra, se poderia viver o que se viveu hoje com a “delação-será-que-foi-será-que-não foi” de Delcídio do Amaral.
O que deveria ser sigiloso – o conteúdo da delação – não é e o que deveria, diante de uma versão, ser esclarecido ao público: se há ou não delação, vira objeto de chicanas.
Rodrigo Janot diz que “não sabe” e até o pretenso delator diz que “não confirma” os termos da delação mas deixa no ar a chantagem de “poder ter feito ou estar fazendo”, porque enquanto não homologada a delação não se consuma e pode ser “desfeita”.
É para quê, para ver se intimida ou “consegue carinho”?
Ainda que, portanto, não se saiba exatamente a que se tenha de contestar, fez muito bem Lula em reagir, pela nota divulgada por seu Instituto, que reproduzo abaixo:
“São completamente falsas as
acusações feitas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em matéria
publicada hoje (3) pela revista IstoÉ.
O ex-presidente Lula jamais
participou, direta ou indiretamente, de qualquer ilegalidade, antes,
durante ou depois de seu governo, seja em relação aos fatos investigados
pela Operação Lava Jato ou quaisquer outros citados pela revista.
A sociedade brasileira não pode mais
ficar à mercê de um jogo de vazamentos ilegais, acusações sem provas e
denúncias sem fundamento.”.
Não pode ficar, mas está, porque temos instituições e imprensa dedicadas, como se vê, onde o que um bandido diz – ou, neste caso, dizem que ele diz – vira verdade até que se prove o contrário
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