Via Netcina em 04/02/2016
Com o depoimento desta quarta-feira (3), já é a quarta vez que o senador Aécio Neves é citado na Operação Lava Jato.
O lobista e delator Fernando Moura afirmou que a estatal Furnas era controlada pelo então deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), hoje senador. Isso ocorreu durante o governo Lula.
Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, nesta quarta-feira (3), Fernando Moura afirmou que o esquema de propina se assemelhava ao instalado na Petrobras: “É um terço São Paulo, um terço nacional e um terço Aécio.”
Segundo consta em seu depoimento, Moura disse que houve uma reunião em 2002 onde escolheram os nomes para a diretoria de diversas estatais. Renato Duque teria sido indicado ao então ministro José Dirceu. Para Furnas, Moura ainda falou da indicação de Dimas Toledo. “Ele [Dirceu] perguntou qual era minha relação com o Dimas Toledo e eu respondi que o achava competente, profissional. Então ele me respondeu: ‘Não, porque esse foi o único cargo que o Aécio pediu pro Lula. Então você vá lá conversar com o Dimas e diga para ele que vamos apoiar [a indicação de seu nome]'”.
Já em outro trecho de seu depoimento, Moura relata que após assumir a diretoria, Dilma Toledo teria afirmado que “em Furnas era igual”, referindo-se a esquema de propina. “Ele disse: ‘Não precisa nem aparecer aqui. Vai ficar um terço São Paulo, um terço nacional e um terço Aécio'”.
Com esse último depoimento, já é o terceiro que Fernando Moura presta na Lava Jato. Anteriormente, ele não havia citado o suposto envolvimento de José Dirceu. Ele havia isentado o ex-ministro, mas depois falou que foi ameaçado e agora reafirmou as acusações.
A assessoria de imprensa do PSDB emitiu uma nota onde definiu as acusações como “declaração requentada e absurda”. Segundo a nota, a citação a Aécio e uma “velha tentativa de vincular o PSDB aos crimes cometidos no governo petista”.
“O PSDB jamais fez qualquer indicação para o governo do PT. O senador Aécio Neves não conhece o lobista, réu confesso de diversos crimes, e tomará todas as providências cabíveis para desmontar mais essa sórdida tentativa de ligar lideranças da oposição aos escândalos investigados pela Operação Lava Jato”, diz a nota do PSDB.
O advogado de Dimas Toledo, Marco Moura, afirmou, em nota, que as informações de Moura são “absolutamente inverídicas”.
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