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O advogado Roberto Podval, responsável pela defesa do lobista Mauro Marcondes, diz que o delegado Marlon Oliveira Cajado, um dos responsáveis pelas investigações da Operação Zelotes, "chantageou" seu cliente para que fizesse acordo de delação premiada; a proposta era uma forma de Marcondes evitar a transferência de sua mulher e sócia, Cristina Mautoni, da prisão domiciliar para o regime fechado, em uma unidade prisional; a decisão pela transferência foi determinada nesta sexta-feira 15 pela Justiça; em uma eventual delação do lobista poderia haver detalhes de pagamentos feitos ao empresário Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula; o delegado não quis comentar as declarações do advogado

16 de Janeiro de 2016

Do 247 

O advogado Roberto Podval acusa a Polícia Federal de chantagear seu cliente para que faça um acordo de delação premiada no âmbito da Operação Zelotes, que possivelmente prejudicaria o ex-presidente Lula.
Segundo reportagem do jornal Estado de S. Paulo, Podval conta que o lobista Mauro Marcondes, hoje preso preventivamente na Penitenciária da Papuda, em Brasília, por suspeita de operar suposto pagamento de propinas para viabilizar medidas provisórias que beneficiassem o setor automotivo, recebeu uma visita do delegado Marlon Oliveira Cajado.

Um dos responsáveis pelas investigações da Zelotes, Cajado "chantageou" o lobista, de acordo com o advogado, para que fizesse um acordo de delação premiada. A proposta era uma forma de Marcondes evitar a transferência de sua mulher e sócia, a empresária Cristina Mautoni, da prisão domiciliar para o regime fechado.

A visita do delegado ocorreu na última segunda-feira 11, de acordo com o advogado. Marcondes respondeu que antes de tomar uma decisão conversaria com sua defesa. Nesta sexta-feira 15, o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal em Brasília, responsável pelos processos da operação, determinou a transferência de Cristina para uma unidade prisional.

Cristina teve a prisão decretada em outubro, já para ser cumprida em regime fechado. Mas a Justiça aceitou convertê-la em domiciliar pelo fato de a acusada estar se recuperando de uma cirurgia. Segundo Podval, o delegado visitou seu cliente sem avisá-lo e munido de exames médicos de Cristina que indicavam que ela poderia finalmente ir para o regime fechado.

"(Ele) foi sem meu conhecimento ao presídio e chantageou nosso cliente, dizendo que, caso não fizesse a delação, prenderiam sua mulher", acusou. O advogado afirma que tomará providências formais contra o delegado da PF. Uma eventual delação de Marcondes poderia trazer detalhes de pagamentos feitos ao empresário Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula.

A assessoria de imprensa da Polícia Federal informou ao jornal que o delegado não comentaria as declarações do advogado. O Ministério Público Federal também informou que não comentaria a possível negociação do acordo de delação premiada do casal. Cristina tem 53 anos e uma filha de 14 anos com Marcondes.

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