'Como pai, me solidarizo com as famílias paulistas preocupadas em preservar o direito de seus filhos à uma educação de qualidade', afirma Paulo Miklos, do Titãs Foto: Marcos de Paula/Estadão
Festival, que acontecerá neste domingo, foi organizado para mostrar o apoio da sociedade ao movimento dos estudantes, que já ocupou 194 colégios
Por Isabela Palhares via Estadão em 02/12/2015
Em apoio aos estudantes das 194 escolas ocupadas contra a reorganização escolar do governo Geraldo Alckmin (PSDB), artistas e voluntários farão uma Virada Cultural nas unidades tomadas neste domingo, 6. Paulo Miklos, do Titãs, Edgar Scandurra, do Ira!, Criolo e Maria Gadú confirmaram a participação em shows, que devem acontecer em duas escolas.
Miklos disse, em entrevista ao Estado, que os alunos o inspiraram e que o governador Alckmin não soube "reagir democraticamente à demandas legítimas dos jovens" e que mantém as decisões "de cima para baixo". Para ele, o governador age com "apatia" diante do movimento dos alunos.
"Prova dessa apatia é que o governo publicou hoje (terça-feira, 1º), no meio desse turbilhão, o decreto que oficializa o fechamento das escolas, ignorando as demandas dos estudantes, dando pouquíssimas informações transparentes sobre o futuro das escolas. Esse tipo de decisão autoritária não será mais aceito", disse.
O festival foi organizado pela organização não governamental (ONG) Minha Sampa, que viu na ação uma forma de mostrar o apoio da sociedade ao movimento dos estudantes.
"Estamos preocupados porque o governador Alckmin não abre o diálogo com esses alunos e está adotando medidas intimidatórias ao tentar colocar os pais e professores contra as ocupações. Nossa ideia é mostrar que a classe artítisca e a comunidade apoiam esse movimento, que é legítimo, que só busca um direito que deveria ser básico: o da educação de qualidade", disse Anna Lívia Arida, diretora da ONG.
O local dos shows só será divulgado na véspera das apresentações por segurança aos alunos, segundo Anna. Ela disse que a ONG teme que possa haver alguma ação da polícia ou da secretaria para retirar os alunos das escolas que podem receber os shows. "Até porque a ideia não é o show em si, mas mostrar o apoio desses artistas."
Ainda de acordo com Anna, a ONG recebeu o cadastro de 200 bandas para shows em outras unidades. A Virada Cultural também terá oficinas e rodas de conversa na programação. "Abrimos as inscrições e várias pessoas se interessaram. Isso só mostra a força do movimento".
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