Afastamento de Cunha pelo STF pode ser colocado em pauta
Azedou de vez o clima para o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, entre os ministros do Supremo Tribunal Federal.
Após as declarações de que poderia não cumprir a decisão do ministro Marco Aurélio Mello em dar andamento ao pedido de impeachment contra o vice-presidente, Michel Temer, quatro assessores próximos aos integrantes da Corte máxima do judiciário afirmaram a CartaCapital que há um movimento para colocar em julgamento o pedido de afastamento do parlamentar da presidência da Casa antes da votação do impeachment.
A expectativa é que Teori Zavascki levasse o caso ao plenário apenas após a votação do afastamento da presidente Dilma Rousseef, mas o clima mudou completamente nas últimas 24 horas.
O posicionamento de afrontamento de Cunha contra Marco Aurélio foi visto como a gota d'agua.
Integrantes da força-tarefa da Lava Jato, caso o afastamento seja autorizado, estudam agora um pedido de prisão contra o parlamentar, em moldes semelhantes ao que foi feito contra o senador Delcídio Amaral.
A situação de Cunha piorou nas duas últimas semanas desde que os autos que tratam da investigação contra sua esposa, a ex-jornalista da TV Globo Cláudia Cruz, e a filha Danielle Cunha por envolvimento com contas não declaradas na Suíça, foram encaminhados ao juiz Sérgio Moro.
Dentro da Corte aguarda-se que a força-tarefa, em 1ª instância, tome providências contras as duas investigadas assim como foi feito contra a família de Lula ao incluí-los dentro do inquérito que apura a conduta do ex-presidente.
Ministros têm criticado reservadamente o juiz Sérgio Moro por conta do que consideram "arroubos" judiciais desde que foi autorizado a condução coercitiva do ex-presidente e a divulgação ilegal das escutas da presidente Dilma Rousseff.
Caso Moro e a força-tarefa não caminhem de forma isonômica neste caso, a perda de apoio na Suprema Corte poderá comprometer as futuras decisões do juiz de Curitiba não só no STF, como até em medidas administrativas e punitivas no Conselho Nacional de Justiça. A ver.
Fonte: Carta Capital
Postar um comentário