Por: Pedro Henrique Evangelista Duarte*

Outro dia, em conversa com um amigo, ele me disse: "acho engraçado como todo mundo no Brasil se sente economista". Se fosse só economista, tudo bem. O problema é que quase todo mundo (não vou generalizar) se considera economista e cientista político. Acha que meia dúzia de notícias vindas de sítios virtuais - que não se sabe quem são seus editores - são suficientes para entender o complexo jogo político brasileiro.

Hoje fui literalmente insultado por um dia ter lançado apoio à Dilma - do qual, por uma série de razões, não me arrependo. Numa só tacada, fui chamado de petista, petralha, venezuelano, burro, e apoiador de bandidos. Como se tudo isso fosse um conjunto de sinônimos - como se tudo fosse uma coisa só. 

Talvez até seja para a humilde mente que, no ímpeto de defender o Brasil dos petistas, votou no PSDB por essa ser a única opção - como se fosse a única. Que para expulsar o corrupto, apoiou um outro grupo de corruptos. Que agora pede o impeachment da presidente Dilma sem ter a noção do que isso significa - de imediato, Michel Temer, do partido mais mercenário do Brasil, na presidência da república. E, ainda por cima, achar que está com a razão. 

Eu bem queria que todo mundo fosse mais economista e mais cientista político. Eu bem queria ser obrigado a ouvir menos bobagem por ai. Nem me importei ser chamado de burro - a ofensa pesa menos a depender de onde vem. Me importei ao ver quão burras são algumas pessoas, sem nem ao menos perceberem isso.

Que possamos ser mais economistas e mais cientistas políticos. Mas para isso é preciso ver menos o JN, ler menos a coluna do Reinaldo Azevedo e ler mais os livros de história.
E no dia em que boto o ponto final em minha tese, ainda me sinto mais feliz por não ter Aécio presidente.

* Pedro Henrique - Dr. Professor Assistente na empresa FACE - Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia da UFG

Estudou Desenvolvimento Econômico na Instituição de Ensino UNICAMP

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