O termo elite está bastante presente nas conversas ultimamente. Esta semana ficou ainda mais comum, devido a uma declaração da candidata pelo PSB à presidência, Marina Silva, durante debate dos candidatos na rede Bandeirantes. Antes de abordar a confusa declaração, vamos nos atentar ao sentido do termo.

Elite é palavra de amplo sentido e tem sido objeto de estudos de sociologia e outras ciências humanas. Mas, no inconsciente coletivo, o uso da palavra é sempre no sentido de minoria privilegiada. O dicionário da Porto Editora fala em minoria prestigiada constituída por aqueles que são considerados superiores. Já o Priberam define como minoria social que se considera prestigiosa e que por isso detém algum poder e influência.
Nos últimos 12 anos, o ex-presidente Lula e a presidenta Dilma trabalharam fortemente para diminuir a diferença social existente entre as pessoas no Brasil. Ou seja, para não continuarmos a ter uma camada social privilegiada, em detrimento de outra explorada e tolhida em seus direitos.

Lula tem uma história de lutas e combate às desigualdades, em prol do acesso de todos aos direitos sociais. Dilma também confrontou essa polarização da sociedade desde que assumiu a presidência da República. Em sua gestão, trabalhou para toda a população do Brasil, mas, como deixou claro em seu pronunciamento esse ano sobre o Dia do Trabalhador, “temos um lado: o lado do povo”.

Enquanto isso, a candidata do PSB Marina Silva faz um discurso que mais confunde do que esclarece a sociedade ao colocar no mesmo patamar o sindicalista e seringueiro Chico Mendes e o empresário Guilherme Leal, fundador da Natura. “O problema do Brasil não é a elite, é a falta de elite. A elite não é aquela que tem dinheiro. O Guilherme faz parte da elite, mas o Davi Yanomami também." (Marina Silva).
             

Na foto ao lado, Chico Mendes ostenta as instalações  "suntuosas" do Sindicato dos Trabalhadores Rurais da "Elite" de Xapuri - Acre


A Neca (coordenadora do programa de governo de Marina) pode fazer parte da elite, mas também o Chico Mendes fazia parte da elite”, afirmou no segundo bloco do debate realizado pela TV Bandeirantes na terça, dia 26. Para esclarecer, Davi Yanomami é um líder indigenista e Neca, é Maria Alice Setubal, acionista e participante do conselho consultivo do banco Itaú, cujo presidente é seu irmão, Roberto Setubal.

Para nós, o problema no Brasil não é a falta de elite. A questão é de ascenção social, sair do modelo de pirâmide – com uma base de maioria pobre e, distante, um topo com minoria rica – e continuar o caminho rumo a um losango de inclusão. Pela primeira vez, a classe média no nordeste supera em volume a população pobre. No país, entre 2003 e 2013, a camada mais pobre da população diminuiu de 49% para 24%, enquanto a classe média subiu de 38% para 54%.

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